terça-feira, 18 de setembro de 2012


 

DEIXA-ME…

Mais um dia onde me invento na incerteza de um amanhã. Cada vez mais mergulho no que desconheço, tentando ultrapassar qualquer entendimento, no desespero, na tormenta, na loucura, para suavemente saborear este “doce amargo” entardecer, embora os aromas da ternura e os incensos da paixão teimem em chegar pela distância dos tempos.

E na saudade do “ontem”, busco tudo na certeza do “vivido”, removendo a terra onde me embrulho neste oásis de inquietude. Lá me vou dando ao vento que passa para agonizar na próxima aventura.

Noites intermináveis, longas histórias, poemas de amor, o eterno mistério…amargo talvez, de um destino por cumprir.

As horas, os minutos marcam, marcam tanto, marcam tudo o que partiu antes do tempo, porque impossível para mim, foi sempre parar o próprio tempo.

Vem nascer de novo ao meu lado. Ensina-me que todos os caminhos começam nos meus dedos. Fala-me das palavras mudas que beijam sofregamente o rosto da noite. Inquieta-me com ameaças de abandono, porque sempre ultrapassei os limites.

Sabes? Apetece-me um chão cheio de sol. Um vento inocente que enxugue as minhas lágrimas. Um rio de infância que desague nos meus lábios de mulher. O amarelo dos campos de trigo que se confunda com o por do sol. O vermelho da cereja no meu bolo de aniversário. A chuva rasgada lavando as pedras da minha alma. A eterna lua a quem sempre entreguei os meus pensamentos.

E porque tudo isto é tão pouco…tudo isto é tão nada…

Deixa-me ficar contigo…deixa-me ficar em ti…deixa-me continuar ao teu lado, VIDA!

Milena Guimarães

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