quarta-feira, 19 de setembro de 2012


                                                            

 

             Alimento os sinais que o teu corpo me deixou na solidão dos lençóis em que me deito, sem o brilho incandescente das estrelas, que teimam em iluminar outros céus...

             Bebo o cântico dos mares, na saudade rasgada das lágrimas que verto, afogando-me na minha própria ilusão...

             Sangro por dentro em noites de lua cheia, que nunca me mentem, desenhando a tua silhueta em gotas de cristal, sobre o meu faminto desejo...

             Embriago-me no teu discurso de poeta e busco rimas nos sentidos imperfeitos da tua ausência...

             Agarro as nuvens que se desfazem em sonhos de criança e lambuzo as pontas dos dedos, que te procuram...

             Viajo na cumplicidade de todos os pecados, com os olhos da cor do rio que velozmente corre alheio ao meu desencanto...

             Peço à noite que não se deixe adormecer e emigro no sonho mágico de sempre te possuir.

             Mastigo as gotas do teu suor e mato a sede escaldante, em todos os poros da tua pele...

             Teimo em te ter visceralmente dentro de mim, gemo, grito, nos mais sentidos orgasmos consentidos...

 

              Cansada...muito cansada de uma espera em vão...

              Fecho a cortina…

              Tenho que dormir, mas juro-te que jamais sonharei contigo...

              Odeio-te pelo tanto que ainda te Amo...

 

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