Teimosamente optimista, costumo dizer
num registo de comunicação que o meu optimismo é um defeito genético, pois
encaro a felicidade como a única forma racional de viver e viver feliz a vida.
Significa isto, que não sou facilmente abatida pelas circunstâncias e mesmo nos
piores momentos, percebo e sinto uma força de acção e mudança, num vendaval de
segurança que se impõe naturalmente, que cria, que faz a hora e não espera
acontecer, moderando com algum equilíbrio as tempestades, para arrumar de vez
os estragos dos temporais que assolam a minha vida, ao abrigo de tão difíceis
dias e à sombra cúmplice da calmaria de outros, permitindo-me ser sempre um ser
em “relação”.
E mesmo com o mapa na mão, dou comigo
tantas vezes, a bater de frente com “escabrosas ravinas”, que fazem profundas
feridas, chegando mesmo a deixarem-me a alma em carne viva, mas nem assim e
quase moribunda, espero calmamente uma “pazada” de terra que seja, em cima de
mim.
E numa atitude de alguma irreverência
e rebeldia, finco os pés no chão, assumindo de imediato um “não”. Não, desta
vez não, ainda não...
E contraindo mais um empréstimo à
própria banca da vida, com juros altíssimos, confesso…lá vou gerindo o meu
património, investindo sempre na minha alegria de viver, com a porta dos meus
sentidos, aberta de par em par.
Tendo como avalista, a desmedida
confiança que vai soprando forte, na raiz do meu querer, bem digo todas as
quedas patrocinadas pelo impulso “levanta-te e faz-te à vida”... Mulher!
Depositária dos meus segredos, sou
apenas a dona do meu passado, com a certeza única de um “hoje”, sem uma única
certeza de um “depois”...
Milena Guimarães
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