Sentada na esquina do pensamento, viajo
rumo ao infinito que apenas desponta na curva do vento brincando comigo de faz
de conta e na incerteza do encontro, lá vou tropeçando na certeza de todos os desencontros.
E do chão dos meus sentimentos, tento
trepar ao telhado, na expectativa de melhor sentir todos os perfumes
inebriantes que me chegam dos céus, trazendo a tua saudade, deixando que uma
lágrima de cristal desça, acariciando o meu rosto, para me falar das
reticências de um longo depois, cheio de mistérios no crepúsculo do dia.
Mas é no mar das minhas ansiedades que vou
caminhando descalça, enganando a tristeza, calando os medos, seduzindo o desejo
onde tudo se encontra e nada se completa, chegando à cabana dos cios, onde o
meu corpo em linguagem impura, se entrega sem o mínimo de razão, neste frágil
refúgio ao prazer da procura.
Se achei…
Se acho…
Se algum dia acharei…
Não me questiono mais…
Sempre que o faço, tudo para mim fica tão
nada…
Hoje, realmente qualquer afirmação não é
mais necessária.
Alguém chega…
Alguém parte… e na madrugada dos meus
olhos, maliciosamente te fotografo, te guardando em mim, com a tonalidade
inquietante e o brilho questionador de um simples “ até quando”?
Milena
Guimarães
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