Só o tempo
descobre a beleza do momento que nunca mais será.
Falar das
coisas que eu não sei dizer é como estender os braços para abraçar o longe,
numa pequena oração de fé, pedindo o perfume dum sorriso, nas pétalas da tua
pele.
E numa
madrugada que há de vir em gotas
refrescantes de orvalho, quero adormecer nos recantos do teu corpo, em todos os
momentos proibidos onde me habituei a ter-te, porque me fazes falta.
É no
silêncio que visto, na lágrima que escorre, que não chora, mas que grita, que
já não sei ser inteira, já não sei mais ser sem ti.
Tolhes-me a
alma com as saudades que se prolongam no tempo. Falta-me o rir na madrugada,
mergulhar no inferno, nas chamas inquietantes do demónio que há em ti, de me
perder na imensidão de um mar revolto que me ofereces de presente, num grito
ensurdecido de paixão que se perde numa maré qualquer.
Mas, não
penses que não aprendi a entender-me, na penumbra da inquietação, no refúgio da
maresia, na chuva que bate na vidraça, no mistério do tempo que corre veloz,
alheio aos movimentos silenciosos dos relógios.
Aprendi,
aprendi sim de tanto que me ensinaste.
Aprendi a
vestir-me de sonhos e a ter um colo quente onde me aconchego, sentindo o
coração bater perdidamente por mim.
E pensando,
só assim me liberto do tempo, deixando as memórias, levanto voo de mim.
Afinal que
fazes tu aqui nas minhas recordações, se apenas me roubas a minha solidão e nem
sequer me fazes companhia!
Milena
Guimarães
Como as aves, cada alma tem o seu "voar", há quem voe à deriva, há quem voe directo para o seu lugar, há quem voe por voar, mas nada é por calhar, tudo tem uma razão e forma de ser, desde o viver, ao voar... Nunca deixes de viver nem de "voar". Beijos
ResponderEliminarComo as aves, cada alma tem o seu "voar", há quem voe à deriva, há quem voe directo para o seu lugar, há quem voe por voar, mas nada é por calhar, tudo tem uma razão e forma de ser, desde o viver, ao voar... Nunca deixes de viver nem de "voar". Beijos
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