domingo, 22 de setembro de 2013





PERDIDA
 
Oh sereia sem mar, musa sem poeta, aberta às flores…
às cores, aos amores…
No teu destino de andorinha,
em bando…e estás sozinha!
Sem noite, sem dia,
sem destino, sem caminho.
Descobres-te no fado da vida
e enfeitas a tua alma adormecida
com os silêncios da ausência!
E na praia dos teus sentidos
entre gritos e gemidos…
Basta uma onda qualquer no seu vai e vem,
beijar a tua pele, acariciar o teu desejo
para te sentires inundada de ti
e sem medos, atilhos ou amarras,
dares-te num mágico entardecer
para te perderes num eterno anoitecer!
 
Milena Guimarães
        
 
 
 
 
 

sábado, 7 de setembro de 2013



 
 
VONTADE


 

               São os silêncios calados na madrugada, que me fazem sentir possuída pela ausência, torturando-me com os ventos da solidão, que soprando fortes, abalam a minha estrutura de mulher.

              Mulher, que cada vez mais, quer viver mil vezes em apenas uma vida, para assim poder comprar, emprestar, alugar, vender ou simplesmente dar, pedaços de mim, achando sempre uma flor no deserto, permitindo-me ser Mulher quando o Sol nasce e virar criança quando a Noite chega.

              Só isto me faz vibrar como a raiva de um trovão, como o brilho incandescente de um raio, que em noites de tempestade, seduz e namora os beijos, que brincando na minha boca, amordaçados em desejos de mil carícias, soltam-se e me fazem subir os degraus de profunda emoção, para no patamar da loucura, me entregar simplesmente ao desvario de um momento, entre medos, esperanças e incertezas, para uma única certeza, a de desmaiar na calmaria do meu entendimento e VONTADE de continuar a ser apenas e sempre MULHER.

 

Milena Guimarães

 

 

 

 

 

  

                    

 


   NOTA SÓ
                                                                 
 
                     Quatro paredes, aconchego, calor.
                     Tudo certo, se o incerto
                     Não fosse o Amor!!!
                     Mas de repente,
                     Tudo que sinto, tudo que vejo,
                     São as cores berrantes, gritantes,
                     Que vestem a minha noite de solidão,
                     Deixando o meu coração,
                     Desnudado, marcado,
                     Pela vontade, pela ansiedade,
                     De pelo menos uma noite,
                     Não me sentir angustiada, desesperada,
                     Ouvindo a minha vida,
                     Em melodia calada, abafada…
                     Vá lá Noite,
                     Vê se mudas o Tom,
                     Vê se aumentas o meu Solfejo,
                     Dá um jeito no Dó
                     E não me deixes mais
                     Ser Filha DUMA NOTA SÓ!!!!!!!
 
                     Milena Guimarães